Na Bairrada sente-se vaidade por Vital Moreira ser daquelas terras, ainda que muitos não comunguem das suas ideias, como é o caso de Litério Marques, o autarca de Anadia, que foi seu colega de escola.

O cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu pelo PS nasceu em Samel, terra de seu avô materno, “um comerciante de respeito” que chegou a ter várias cabeças de gado.

Foi baptizado na Igreja Matriz de Vilarinho do Bairro e ali fez a catequese, como todas as crianças da aldeia. No largo da Igreja entusiasmou-se com os jogos de futebol que ali se improvisavam, embora não se tenha distinguido como futebolista, mas acompanhava com entusiasmo os sucessos do clube local.

O pai, ourives, andava de terra em terra no negócio e Vital Moreira, quando estava em casa, ajudava na lavoura e a tratar dos animais, tendo como uma das tarefas atribuídas acartar água, num cântaro que ainda hoje está pendurado na casa da família, em Chipar de Baixo, para onde se mudou.

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Várias entidades preocupadas com o impacto do corredor da alta velocidade ferroviária. Mas Litério Marques não acredita na concretização

Óis do Bairro e S. Lourenço do Bairro são as duas localidades que mais preocupações oferecem, no concelho de Anadia, com os chamados corredores de protecção no traçado do TGV. “Estes poderemos dizer que serão os pontos negros ou os que mais preocupação merecem” no traçado projectado como a melhor alternativa para o concelho.

O entendimento é de Litério Marques, presidente da autarquia anadiense, dando conta de um encontro recente que juntou à mesma mesa a RAVE - entidade nacional que estudou os corredores de protecção do TGV no país -, o presidente da Câmara e ainda representantes de várias entidades locais que dizem ter preocupações com o impacto que o traçado previsto poderá ter.

Entre eles estão a Comissão Vitivinícola de Anadia e a Confraria dos Enófilos, bem como as juntas de freguesia de Óis do Bairro, S. Lourenço do Bairro, Paredes do Bairro, Amoreira da Gândara, Tamengos e Ancas.

Assegurando que esta foi a primeira reunião em que participou, uma vez que as anteriores foram com os técnicos, Litério Marques deu conta que as principais preocupações se centram em questões ambientais e também com as vinhas que podem ser afectadas. Sublinhando que ainda nada é definitivo, o autarca refere que, para já, vai ser elaborado um estudo de impacte ambiental sobre os corredores de protecção para o TGV apontados, acrescentando que, em sua opinião, “a alternativa apontada talvez seja a melhor”. Embora vá dizendo que não acredita na concretização do projecto do TGV. “Parece-me que não será motivo para grande preocupação”, diz o autarca do PSD, assegurando que, mesmo assim, ainda não deu o seu parecer, embora faça notar que o mesmo não tem carácter vinculativo.

António Jorge