Conferência "Documento Verde: A Reforma da Administração Local no âmbito das Freguesias"
11/22/2011 11:09:00 da manhã Publicado por Sérgio Bandeira
O Sr. Prof. José Manuel Mata Justo, co-autor dum estudo sobre o custo e benefício das freguesias em Portugal terminado em Dezembro de 2004, tomou a palavra para fazer a sua apresentação (o único a fazê-la de pé) que indicou a forma como foi feito este estudo encomendado pela ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias, como o nosso país é ileterado e analfabeto, passando por casos caricatos como o de um presidente duma junta de freguesia que era pastor e tinha três telemóveis (um de cada rede) e só ia à aldeia ao fim de semana para abrir a sede da junta de freguesia ao domingo depois da missa. As conclusões desta investigação, muito resumidamente, são que a esmagadora maioria da população confia no seu presidente de junta de freguesia e que está muito satisfeita com o trabalho da sua autarquia local, no entanto, é necessário evoluir e conceder mais competências e poderes ao órgão político mais próximo das populações.
O Sr. Arquiteto Domingos Doutel, Coordenador Autárquico Nacional do CDS-PP, começou por atribuir todas as responsabilidades pela crise, pelo chamamento da Troika e do acordo com esta, assim como o compromisso desta reorganização territorial ao Partido Socialista e ao anterior Governo em particular. Explicando a postura e a posição do CDS-PP, admitiu a falta de poder do seu partido no Governo e que a proposta expressa no Documento Verde não é a sua visão. Afirmou que o CDS-PP tem um projeto mais arrojado que passa pela reorganização municipal e das freguesias mas com outros critérios.
O Sr. Presidente da ANAFRE e da Junta de Freguesia de Oliveirinha pelo PSD, Armando Vieira, com um tom muito amistoso e bastante sereno, apresentou-se e à sua associação com o trabalho feito: estudos da aplicação dos critérios expressos no Documento Verde, as freguesias que são para agregar ou extinguir, assim como os número absolutos e relativos por distrito e por concelho. Deixou expressa uma postura bastante trabalhada, extremamente aberta e muito direcionada para as populações, a qualidade dos serviços e para a melhoria da situação. Entre várias opiniões, deixou expressa a vontade das freguesias, por iniciativa própria, se reunirem e chegarem a consensos. Deixou claro que a vontade do Governo é a de pôr as populações a falar e a preocuparem-se com este tema. Não é para se fazer ipsis verbis o que está no Documento Verde segundo a sua opinião e as informações que tem do Governo, mas este documento deve servir de base à discussão. Contou também que, na altura em que António Costa queria fazer esta reforma, se encontrou com este e com o Presidente Jorge Sampaio e, em conversa informal avisou António Costa que alguém lhe estaria a dar falsas informações e maus conselhos sobre este tema; o que é certo é que o Ministro da Administração Interna deixou cair o projeto.
Moderado pelo Sr. António Loureiro, Presidente da Distrital de Aveiro do CDS-PP, entre alguns comentários e perguntas do público, que já começava a abandonar a sala, e as várias tentativas de resposta do painel de convidados, a conversa foi divagando para temas como a regionalização, a possibilidade de grupos de cidadãos se poderem candidatar a eleições autárquicas sem apoios partidários, a acusação desta reforma ser para dar lugares aos rapazes dos partidos uma vez que saem das vereações municipais, até que a Eng. Arminda Martins, Vereadora da Câmara Municipal da Mealhada, interromper e “meter ordem” na conversa, visto se estar a divagar em demasia e não se estar mais concentrado no tema principal.
Destes comentários, destacam-se os dois primeiros, por serem opinion makers de Anadia. José Carlos Coelho, Presidente da Concelhia de Anadia do PS foi o primeiro a tomar da palavra para garantir que já tinha pensado neste tema e que achava que a sua opinião era bastante próxima da ideia geral exposta pelo painel de convidados: que os ganhos não são nenhuns e as perdas são inúmeras. Logo depois, André Ferreira de Oliveira interveio pondo em cima da mesa a possibilidade da criação de regiões administrativas, já que se estava a intervir nesta área, poderia aproveitar-se esta oportunidade. A certa altura, houve também a intervenção do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Vale Maior, Manuel Letra, que, de forma muito fervorosa, mostrou a sua indignação pelo caminho traçado e por, na sua opinião, quererem arranjar “lugares para os rapazes” ganharem mil e novecentos euros mensais que só é possível se as freguesias forem maiores e com mais população. A penúltima intervenção foi do representante da Junta de Freguesia de Tamengos, Tesoureiro da mesma, António Pimentel que, também de forma efusiva e descontente, conspirou que o Documento Verde deveria ter sido redigido num décimo terceiro andar em Lisboa por quem vai passar férias ao estrangeiro.
Após o término da sessão, por volta da meia noite e meia (e sem uma única tacinha de espumante), os convidados para o painel e alguns dos ilustres convidados para a audiência foram “molhar o bico”, conhecer a realidade local e continuar a animada conversa no café D. João, na Curia.
Parabéns ao Tiago e ao CDS-PP Anadia pela iniciativa.
Só é pena o público ter sido tão desprovido de cidadãos comuns.
Espera-se que as assembleias de freguesia consigam envolver a população num tema que deveria preocupar e motivar todos os cidadãos.
22 de novembro de 2011 às 11:19
Se alguém tivesse um fotografia é que era... :)
22 de novembro de 2011 às 11:23
E publicado, Sérgio? :P
22 de novembro de 2011 às 11:28
Publicado como?
Não percebi.
22 de novembro de 2011 às 18:38
Uma foto...Dah!
22 de novembro de 2011 às 19:32
Foi um espaço de discussão supra-partidária, o que é de enaltecer, bem como a iniciativa de discutir um assunto que deveria ser tão caro a munícipes e autarcas - foi uma boa casa, mas mais terão que se envolver.
Agora, há que trabalhar, estudar, propor, mobilizar e discutir, também em Assembleias de Freguesia e em Assembleia Municipal convocada para o efeito!
22 de novembro de 2011 às 23:39
opinion maker!? Que excessivo é este comentador.
Este "opinion maker" como lhe chama, não "tomou a palavra" para dizer que "já tinha pensado neste tema". Esta frase, que é sua,começa, desde logo, por distorcer a forma e o conteúdo da minha intervenção, que, bem percebi, desagradou a alguém.
O que o tal " op.mk." começou por dizer foi que: "já tinha a convicção de que não se pouparia nada com esta reforma e que a intervenção do Prof. M. Justo o tinha confirmado".
23 de novembro de 2011 às 01:32
Zé Carlos, eu não sou jornalista nem levei caderninho para tirar apontamentos. Pura e simplesmente escrevi a ideia que me ficou, tentei que fosse de forma natural e interessante para quem leia o AsG, mas, como é óbvio, sem distorcer nem dar a minha opinião pessoal sobre os factos, senão...
Usei a expressão "opinion maker" para caracterizar duas pessoas que, de vez em quando, publicam artigos de opinião nos jornais.
Agradeço a nota/correção na precisão das palavras que proferiste, embora me pareça que o espírito é o mesmo. De qualquer forma, se preferires, altero para esta frase que escreveste.
A existência de desagrados ou não dos temas expostos e das várias opiniões não foram alvo do meu artigo.
Porque se fosse um comentário meu, o texto não seria assim.
Focaria muito mais os detalhes como o fato de nem o presidente da junta de freguesia onde decorreu o evento nem o seu Secretário estarem presentes. Não falo do Presidente da Assembleia, uma vez que se encontra em recuperação, mas os seus secretários devem representar a Assembleia de Freguesia. O que vale é que estava lá o Tesoureiro... até atendeu o telemóvel em pleno discurso dum dos oradores a uns escaços três metros. Mas também falharam os representantes do PSD Anadia, das juventudes partidárias PSD e PS, dos outros vereadores, mesmo do Presidente da Câmara Municipal de Anadia, assim como do Presidente da Assembleia Municipal e muitas outras pessoas que, a meu ver, deveriam ter ido e não foram.
Falaria dos detalhes que o Presidente da ANAFRE ouviu dizer que a Opus Dei, através de António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa, combinaram cancelar a regionalização.
Falaria dos detalhes que não batem certo na apresentação do estudo, entre outros, o fato de Anadia não ser uma freguesia.
Falaria dos detalhes que o Coordenador Nacional deixou bem claro a intenção do CDS-PP lutar contra o Governo do qual fazem parte.
Mas não quis deixar estas coisas no artigo. Ok?
23 de novembro de 2011 às 12:52
Que extensa opinião pessoal, Sérgio...Tudo porque te esqueceste de levar caderninho para tirar apontamentos! Da próxima, gravador em punho ;)
24 de novembro de 2011 às 00:08
Caros:
A citação abaixo, não é discussão pública supra partidária, é a cassete do costume!
Agradeço aos "oppinion makers" o favor de saltar as questões partidárias, que apenas empurram o País para o abismo! E o sistema continua a canibalizar-se...;)
"O Sr. Arquiteto Domingos Doutel, Coordenador Autárquico Nacional do CDS-PP, começou por atribuir todas as responsabilidades pela crise, pelo chamamento da Troika e do acordo com esta, assim como o compromisso desta reorganização territorial ao Partido Socialista e ao anterior Governo em particular. Explicando a postura e a posição do CDS-PP, admitiu a falta de poder do seu partido no Governo e que a proposta expressa no Documento Verde não é a sua visão. Afirmou que o CDS-PP tem um projeto mais arrojado que passa pela reorganização municipal e das freguesias mas com outros critérios."
Um desfecho previsível para este tipo de evento!
24 de novembro de 2011 às 09:08
Tens razão, mas poderiam ter sido muito mais as intervenções deste género e não foram. Percebes?
O evento foi organizado pelo CDS-PP, portanto tinham toda a legitimidade de o partidarizar. Efectivamente, tal não aconteceu.
24 de novembro de 2011 às 20:52
E o Pintado, não disse nada?
24 de novembro de 2011 às 21:33
O Lino Pintado?
Não disse nada sobre o quê? Onde?
24 de novembro de 2011 às 21:45
Ah! É verdade! Lembrei-me de outra. hehe
A certa altura, estava-se a discutir o estado da democracia e a forma de votar e assim, quando o Sr. Professor Universitário e Investigador defendia que os boletins de voto deveriam conter as fotos do cabeça de lista (destacada) e os candidatos seguintes (principalmente os que poderiam ocupar cargos executivos e/ou de destaque).
Nisto, é interrompido para lhe colocarem a pergunta se as pessoas votariam nas pessoas ou nos programas?
Ao que o cidadão Mota Justo responde que nas últimas eleições para a Presidência da República não precisou de ler o programa para votar.
Enfim... Portugal até tem bastante "potencial de conhecimento", só que depois... falhamos no "aproveitamento da massa cinzenta" (as expressões entre aspas são do visado). hehe
25 de novembro de 2011 às 14:56
A partidarite cega e ovelhistíca inibidora do pensamento livre, é o ambiente óptimo para a instalação de um regime puramente eleitoralista!
Importa apenas o "cheque em branco" dado por eleitores com aquela cruzinha mágica que legitima tudo e todos...
Os programas eleitorais são fait divers, cujos protagonistas não têm qualquer intenção de cumprir!
Este País é constituído por pessoas não por partidos...
A política é das pessoas, não é exclusiva dos partidos (Apesar de haver por aí muitos "iluminados" que ainda não perceberam isso!)
Esta questão é uma imposição da troika, como outras que virão se assim deixarmos, por laxismo, fraqueza e eleitoralismo dos nossos políticos!
Estes tratam-se da próxima camada sacrificável, dado que depois das freguesias e municípios será o próprio Estado, basta ver o exemplo da Grécia ou da Itália, onde já dispensaram a cruzinha no boletim de voto para eleger líderes que aprovam o que bem entendem...
O silêncio dos partidos representados na AR (Acerca da ingerência externa na nossa política)é facilmente explicado pela parcela de 16 milhões de euros que lhes cabe no OE 2012!
Cumprimentos
26 de novembro de 2011 às 11:52
E o José Manuel Ribeiro disse alguma coisa de jeito?
27 de novembro de 2011 às 15:14
Com os líderes partidários que existem em Anadia, querem milagres?! São sempre os mesmos, só mudam (algumas, poucas, vezes) os nomes, agem sempre da mesma forma, beneficiando os mesmos, andando de peito cheio porque mandam na sua pequena capoeira...
Mude, todos, antes que seja tarde...
27 de novembro de 2011 às 17:49
Oh Sérgio, a sugerir que Lino Pintado não diz nada em lado nenhum...Olha que ainda desagradas a alguém ;)
27 de novembro de 2011 às 23:44
O José Manuel Ribeiro?
Não disse nada sobre o quê? Onde?
27 de novembro de 2011 às 23:47
Não, André, compreendeste mal.
Eu quis dizer que as perguntas do triste do anónimo que perguntou pelo Lino e pelo Zé Manel não têm qualquer cabimento.
28 de novembro de 2011 às 18:23
Sérgio, a "fulanização" não acrescenta qualquer valor positivo, é verdade...
Mais importante é saber o que cada um pode fazer e vai fazer, não o que não fazem ou não dizem as pessoas referidas ou outras!
Culpar sempre a inação de partidos e seus representantes não é solução; o adágio "os políticos e os partidos são o espelho da sociedade que temos" pode também ter fundo de razão...
29 de novembro de 2011 às 09:26
Claro que esse adágio tem um fundo de razão.
A pergunta que se coloca é se são os políticos em exercício que assim o desejam ou se é a sociedade que deseja políticos assim...
29 de novembro de 2011 às 11:58
Caros:
Os mass media apostam forte na "fulanização"... Nada se passa sem que os tais "fulanos" venham proferir o seu ditâme...
É assim no mundo, na Europa, em Portugal e imagine-se... Até em Anadia...
Que não acrescenta nada de positivo, já todos sabemos, no entanto não deixa de acontecer diariamente por todo o lado!
Faço a pergunta ao André:
O que acha que pode fazer?
E o que vai realmente fazer?
E de que forma a sua acção tem impacto no bem comum ou altera o exposto?
Não se trata de culpar partidos, acho que 40 anos é tempo mais que suficiente para encetar reformas e um rumo...
Porque se hoje estamos em crise, nem sempre estivemos.
E porque temos um governo maioritário com aproximadamente 25% de votos da "sociedade" que refere? Fraco reflexo, digo-lhe eu...
Falar-me à de abstenção e deveres cívicos, que o Português tem fraca cultura e que não quer saber de eleições, a ladaínha do costume...
Mas não há um político que consiga enunciar uma medida que seja (em 40 anos a esta parte!) que tenha sido tomada no sentido de aumentar a participação da sociedade civil na democracia, mesmo estando previsto constitucionalmente!
Portanto, em jeito de conclusão, se assumirmos a "sociedade" como aquela porção de 25% que elege governos sabe-se lá porquê ou com que interesses...
Sim, podemos falar em espelhos, imagens reflectidas e onde acredito piamente que "essa" sociedade de 25% deseje governantes do calibre que temos...
Para todos os outros Portugueses, tudo isto é do mais irrelevante que há! Qualquer que seja o resultado eleitoral, vem previamente infectado de um partido com um financiamento obscuro, que terá que reembolsar em devido tempo e sede própria!
Cumprimentos
29 de novembro de 2011 às 15:41
Respondendo à sua questão, Tiago, gostaria de o informar que juntamente com mais munícipes interessados em não atribuir sempre as culpas aos partidos e participar ativamente para o reforço da cidadania e da Democracia, constitui um grupo de trabalho (reflexão, intervenção, como preferir designar), para, sem partidarismos,histerias ou posições de recusa/aceitação sem mais, analisar o Documento Verde, as soluções que introduz, a realidade municipal de Anadia (o que, infelizmente, nunca foi feito...) e estimular o diálogo institucional e popular na procura de soluções o mais eficazes possível.
Dir-me-á: isso só por si não muda o Mundo; certo, mas é um passo, outros se seguirão e desejamos que todos quantos o queiram se juntem a nós e participem.
Mais importante que medidas legislativas, campanhas de sensibilização, é a vontade de participar e a efetiva participação!
E Sérgio: os dirigentes são escolhidos pelos seus pares; querem mehores dirigentes: sejam melhores pares, mais exigentes ;)
29 de novembro de 2011 às 16:01
Mas consegues escolher entre uma destas: "são os políticos em exercício que assim o desejam ou se é a sociedade que deseja políticos assim...".
:P
29 de novembro de 2011 às 17:15
Sérgio...Vou tentar responder, msmo que não responda:P
A Política não se esgota nos partidos políticos;
Os partidos políticos têm estruturas hierarquizadas e dirigentes eleitos pelos militantes;
Nos partidos políticos os dirigentes controlam quem são os militantes e, sobretudo, quem não querem que seja;
Nem sempre os dirigentes dos partidos políticos querem que não seja militantes quem o deve e merece ser;
Os partidos políticos estão, muitas vezes, um passo atrás da sociedade;
A "sociedade civil" consegue influenciar os partidos políticos e, ainda mais, os seus dirigentes;
Quando a "sociedade civil" se empenha em causas, influencia os partidos políticos;
As grandes causas da Humanidade foram movidas por "sociedades civis", o que engrenou os partidos políticos...
Infelizmente, a maior parte dos membros da sociedade preocupa-se com outras questões, muitas delas não prementes; ~
O nível de exigência da "sociedade civil" vai aumentar, tem que aumentar;
Donde a sociedade vai cada vez menos desejar políticos assim, mesmo que alguns políticos em exercício assim o desejem ;)
29 de novembro de 2011 às 21:19
Caro André
A sua resposta em "politiquês" correcto traduz-se no seguinte às minhas questões:
O que acha que pode fazer?
Criar um grupo de trabalho com "munícipes interessados" (Questiono-me quem mais seriam os interessados, senão os munícipes...), ah... a população!
E o que vai realmente fazer?
Analisar o documento verde...
O mesmo documento que extingue freguesias só porque sim, porque a troika manda...
Removendo infraestruturas e serviços necessários à população em detrimento de uma consolidação orçamental projectada em Bruxelas, bem longe de Anadia e da sua realidade.
Não percebo como se "analisa" uma clara perda de direitos e qualidade de vida. Não é recusa, porque isto é óbvio!
E de que forma a sua acção tem impacto no bem comum ou altera o exposto?
Não muda o mundo, mas dar-lhe à alguma projecção política no meio em que está inserido, não?
Distingue ainda diálogo institucional e popular, quando as instituições são populares, apesar de muitos não perceberem isso...
Os dirigentes não são escolhidos pelos seus pares, basta ver como se fazem as eleições nas concelhias e a anedota pegada que é... Quem leva (ou paga...) mais "amigos" ganha, já com o olho na AR!
O nível de exigência da sociedade civil está a subir continuamente e as manifestações são bem visíveis!
Em jeito de conclusão, o documento verde é para mim um "não assunto", por advir de um regime que há muito deixou de ser democrático, com o único argumento da "consolidação orçamental", sem nenhuma argumentação técnica, científica, sociológica ou geográfica...
Apenas e só, palha made by troika e sus muchachos.
Espero que haja alguém que saliente os aspectos positivos do Documento Verde... Eu ainda não consegui ver nenhum!
Cumprimentos
30 de novembro de 2011 às 10:01
Ó Tiago, ó Tiago...
Sai fora desse quadrado!
Infelizmente a grande maioria dos munícipes não são "interessados". Pior! São interesseiros e egocêntricos.
Eu, pessoalmente, não consigo pensar apenas no meu umbigo.
Qual é o problema de eu mudar de freguesia se eu ficar melhor? Só porque não? Atenção, que eu disse "se eu ficar melhor".
Qual é o problema de eu mudar de freguesia se a grande maioria do Concelho ficar melhor?
Pois, assim já é mais difícil, não é?
Basicamente, é o que as assembleias de freguesias estão a decidir: se for a nossa freguesia a ficar como sede, aceitamos a agregação! lol
30 de novembro de 2011 às 12:24
Tiago:
Criticar algo e o seu contrário é a sua solução, que respeito, mas que me parece ficar aquém do desejado...Pelo que li critica que nada se faça e critica que se faça: ou porque não produz resultados, ou porque as pessoas querem, nas suas palavras,"alguma projeção política"...
Que propõe, excluido a crítica a tudo e todos?
Tem agora uma ótima oportunidade: junte-se ao grupo de trabalho, indique as razões da discordância, proponha modelos alternativos, indique as falácias!
Promover o diálogo, participar, intervir, para todas as pessoas envolvidas, não visa ganhar qualquer tipo de projeção política, é antes um dever cívico e de consciência!
Porque o mais fácil é criticar...
30 de novembro de 2011 às 15:06
Caros:
Salientaram as críticas a "tudo e todos", esqueceram-se da parte mais importante do comentário...
A última pergunta.
"Quais são os aspectos positivos do documento verde?"
Nesta discussão ainda ninguém mencionou UM único aspecto positivo deste documento!
Claro que as minhas palavras "chocam" mentes mais sensíveis que vivem no mundo das aparências, mas não é por isso que deixam de ser a realidade que todos conhecemos.
Dou-vos o exemplo da freguesia de Aguim, que será certamente uma das "anexadas"...
Fica com um edifício da Junta obsoleto, onde neste momento funciona um centro de saúde que dá apoio à população, com especial relevância para os idosos, que terão dificuldades em deslocar-se para uma consulta noutras paragens!
Vantagens de ser anexado, zero!
Isto depois da "perda" da farmácia, um serviço fechado por ordem do tribunal, à luz de uma sentença dada por uma lei da proximidade (já revogada), num processo interposto por uma farmácia da Curia e outra de Anadia...
Socialmente injusto, se pensarmos na matriz rural da freguesia e baixa mobilidade da maioria dos habitantes!
É disto que falo essencialmente, na injustiça social que é, este "espírito reformista" que não melhora, não acrescenta valor, apenas retira qualidade de vida aos cidadãos, em nome de "um bem maior" que ninguém consegue definir qual é...
Neste momento o debate centra-se apenas em definir "quem fica com o quê", ao nível político- partidário... E isto sim, é negativo!
Claro está, que se forem garantidos os serviços existentes às populações e forem colmatadas deficiências e/ou carências, eu aplaudo este documento verde!
Mas todos sabemos que isso não acontecerá, por ser uma reforma feita tendo por base a "consolidação orçamental".
Sérgio:
Qual quadrado?
Não consegue pensar só no seu umbigo e a premissa é: "se eu ficar melhor"...?
Acha mesmo que ficará melhor para a maioria?
Ou apenas para uma escassa minoria, que anda a "desunhar-se" para se manter em funções...
André:
Limitei-me a traduzir a sua resposta "politicamente correcta" para "Português corrente". Se isso é criticar no seu entender, lamento, mas discordo!
Entrei nesta discussão, na esperança de ler UM único argumento positivo acerca do documento verde, dado que a minha posição é contra a implementação do mesmo, precisamente por não ver uma vantagem que seja nesta reforma!
Apenas e só "fait divers" político e canibalismo partidário!
Em suma, este documento visa apenas centralizar as decisões regionais, afastando os decisores da comunidade, reduzindo o acesso das populações aos serviços governativos, num claro retrocesso democrático! Esta é a minha discordância.
Uma alternativa, seria assegurar todos os serviços existentes em cada freguesia, nas localizações actuais, independentemente das alterações às fronteiras administrativas! Aqui está uma alternativa.
A falácia é que tudo isto está a ser feito pelas razões que eu já afirmei e o Sérgio confirmou...
A pergunta mantém-se:
Há alguém que consiga salientar aspectos positivos do documento verde?
Cumprimentos
30 de novembro de 2011 às 15:26
Extinguir freguesias pequenas em área e população parece-me uma boa medida.
No entanto não concordo com os critérios que definem uma "pequena freguesia". hehe
Por o Documento Verde não ser bom (até digo mais, parece que foi feito por um aluno do 3º ciclo), não quer dizer que fechemos os olhos e apenas o critiquemos.
Não! Há muita coisa a melhorar. Pelo menos, critiquemo-lo construtivamente, com novas ideias, com outras soluções.
Eu acho que os executivos das juntas de freguesia devem receber mais, dedicar mais tempo ao desempenho dessas funções, terem mais competências e uma maior autonomia.
Obviamente que todos temos opiniões e não podemos concordar em tudo. No meu caso, eu não posso concordar com a falta de mobilidade dos fregueses de Aguim. Não posso. Peço desculpa aos idosos e aos mais desfavorecidos de Aguim e de todo o Concelho e todo o País, mas não podemos ficar todos parados à espera de podermos andar todos juntos. Se fossemos a pensar assim, não teríamos o IRS enviado pela Internet, por exemplo.
Ontem, o meu filhote estava a ver uns desenhos animados no Youtube num computador portátil. O vídeo acabou e apareceram vários quadrados no ecrã com outros vídeos. O puto foi logo carregar com o dedo num dos quadrados e ficou admirado por o vídeo não começar a dar. Pois! O portátil não é tátil e esta criança de 2 anos e meio não aceita isso.
É esta a evolução! Peço desculpa, mas não há razões para continuarmos atrasados à espera de quem não quer andar.
Pelo meu filho, por mim e por todos (mesmo aqueles que não querem sair da sua zona de conforto), estou certo que é a melhor opção.
Voltando ao tema, estude-se a melhor solução, mesmo que se chegue à conclusão que o melhor é ficar tudo na mesma ou alterar muito pouco, mas, pelo menos, considere-se essa hipótese!
30 de novembro de 2011 às 17:06
Caro Sérgio:
Falei de Aguim, por ser a realidade mais próxima, outros no concelho estarão (porventura) piores em termos de mobilidade e ou serviços.
Anadia terá transportes públicos para assegurar a mobilidade, aos seus munícipes?
O IRS via net, não é comparável sequer, por ser uma medida que facilita ambas as partes, elimina as filas de espera intermináveis, permite entrega em papel e em suporte informático!
Já nos cartões de eleitor e respectivos cadernos eleitorais não foi implementada uma medida similar, apesar de incrementar a Democracia, não traz o "lucro" das declarações electrónicas...
E aqui percebem-se bem os critérios de decisão!
Fará mais falta à população uma freguesia no Alentejo ou em Trás os Montes, que cobre uma extensa área mas com reduzida densidade populacional, do que uma em pleno centro de Lisboa ou Porto, pequena em área mas com uma densidade populacional elevada!
No entanto será sempre privilegiada a que trouxer mais eleitores para a mesa...
Mais um motivo erróneo nesta reforma!
Concordo com a evolução e com o facto de as freguesias terem mais poder, competências e autonomia, mas este documento segue na direcção oposta...
Na centralização da decisão regional!
Torna reféns municípios e freguesias que ficarão sob uma administração regional, que certamente será criada num futuro próximo para substituir os governos civis!
Resumindo:
Não disseste UM aspecto que fosse de positivo acerca do documento verde.
Criticas o documento e concluis que se deve analisar um documento elaborado por um "miúdo do 3º ciclo"!
Estamos todos a discordar do Documento Verde, com palavras diferentes!
E continuo à espera de UM argumento positivo acerca do documento verde...
30 de novembro de 2011 às 17:14
Vamos lá ver se nos entendemos. Eu não estou aqui para defender o Documento Verde. Encontro alguns aspetos positivos e outros negativos na agregação de freguesias que é o assunto base que estamos a discutir. O Documento Verde é uma base. Eu considero que os critérios que contém não são aplicáveis, não são realistas, não são pensados nem analisados.
Se quiseres outro bom argumento: o Documento Verde pode-nos pôr a falar sobre a reorganização territorial.
Que seja para já a nível das freguesias, embora eu gostasse mais que fosse a nível das regiões, municípios e freguesias, mas pronto.
Um ponto muito fraco é que não determina as (supostas) novas competências das assembleias e juntas de freguesia.
30 de novembro de 2011 às 20:55
Sérgio:
O Documento Verde é uma base, para lançar (outra vez!), o tema da regionalização.Isto é um fait divers assumido...
De positivo temos: a aglutinação de freguesias, que pode ser bom, mas cujos critérios e pressupostos do documento são errados e não estabelecem as novas competências das assembleias e juntas.
Fora isso, tudo o que referes em relação ao documento verde é negativo!
Confirma-se, estamos a falar do mesmo...;)
Vou reformular a minha pergunta:
Há alguma coisa de vantajoso no documento verde?
Sem ser a Proto- Regionalização, claro!
8 de dezembro de 2011 às 00:05
Mais uma acha para a fogueira: http://www.ionline.pt/portugal/psd-oposicao-solidarios-movimento-freguesias-sempre-rever-criterios-da-reforma-administrati
8 de dezembro de 2011 às 00:16
E em Anadia???
8 de dezembro de 2011 às 23:35
Anadia de certeza que vai atrás dos outros ;)
9 de dezembro de 2011 às 10:20
Para ir "atrás dos outros" tem que se fazer alguma coisa. No mínimo fazer o que os outros fazem...
«Pedro Sousa admitiu que "é necessária uma reforma, mas não é esta" pelo que é necessário "lutar contra este documento verde" e "demonstrar a fragilidade de todos os critérios" que o integram.» (iOnline)
Aqui é que reside a minha pergunta "E em Anadia"?
9 de dezembro de 2011 às 22:38
Estás a ser demasiado optimista xD
Acho que vai ser mais do género "deixa ver o que chove para este lado".