Hoje vi finalmente a Sábado com a reportagem relativa aos verdadeiros amores de António de Oliveira Salazar, e qual não foi o meu espanto quando descobri que afinal foram muito mais do que aqueles que a SIC escolheu contar (provavelmente porque as restantes actrizes estavam nas dez novelas que a TVI emite em simultâneo e não havia que chegasse). Já ontem, através de quem sabe, soube da tal condessa,
Carolina Maria José Correia de Sá - que, ao contrário do que contou a SIC, não era Viscondessa de Asseca, mas filha do Visconde. Era sim Condessa (viúva) de Anadia. O Geneall mostrará, curiosamente, que o neto de Carolina Asseca é, nem mais nem menos, que o antigo patrão da TVI,
Miguel Pais do Amaral, futuro Conde de Anadia.
O romance existiu e quase teve direito a casamento. Chegou a haver baile nas Necessidades para que Carolina Asseca aparecesse ao lado de Salazar, que então acumulava o Ministério dos Negócios Estrangeiros com a Presidência do Conselho. A Time de 46 publicou uma fotografia dos dois, que a Sábado volta a publicar esta semana. E o artigo de 46 chamado "How Bad Is the Best?" começava assim: "Last week Portugal produced no big spot news ; it hadn't for 20 years ; it might not for 20 years more if the God he strove so hard to serve spared Antonio de Oliveira Salazar." E vai por aí adiante, fazendo pouco do fado, dizendo que os hot dogs portugueses eram as sardinhas, que não havia progresso...
Na comparação com os outros ditadores, Salazar aparecia como o bom da turma: "Other modern dictators had been men so evil that their personalities obscured the inherent evil of dictatorship. Franco was a barrack-room bully, Mussolini a strutting liar, Hitler a ranting sadist, and Stalin a bloody-minded professor of the art of power. But Salazar was a virtuous man—selfless, intelligent, efficient. If despotism could be benevolent, Salazar's character was ideal material for "the good dictator." (...) he had made such good marks in grade school that his peasant mother, whom he worshiped, called him "the little priest.""
De Carolina Asseca dizia que tinha conhecido o ditador durante a visita da Rainha D. Amélia e acrescentava: "The most significant fact about Salazar's relationship with the Countess is that not even the gossipy Portuguese, not even Salazar's thousands of enemies, suggest that she is his mistress. His reputation for piety is so great that a liaison is considered unthinkable. Many Portuguese hope the rumors that he intends to marry are true; they say marriage might humanize the man whom most of them fear, but whom few love."
20 anos depois Salazar continuava no poder; Carolina Asseca não resistiu à reportagem.
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