Grupo Pestana mantém intenção de abandonar gestão de resort em São Tomé

8/15/2009 12:29:00 da manhã Publicado por Jolly Jumper

14.08.2009 - 07h39
Por Ana Rute Silva
Hugo Delgado
A visita do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Rafael Branco, ao Hotel Pestana Equador, no ilhéu das Rolas, deu "conforto" a Pedro Martins, administrador do grupo Pestana, mas não alterou a posição da empresa portuguesa de abandonar a gestão do resort.

Há cerca de um mês o grupo hoteleiro da Madeira, liderado por Dionísio Pestana, decidiu "não tolerar" mais acusações de desrespeito dos direitos humanos e de mau relacionamento com os habitantes do ilhéu. E, num comunicado assinado por Florentino Rodrigues, presidente do conselho de administração da participada Afrotours, decidiu suspender o contrato de gestão com a concessionária Rotas de África a partir de Novembro.

O grupo hoteleiro, que tem outro hotel em São Tomé, fez um acordo de concessão em 2004 com esta empresa de Anadia, ligada a Sílvio Cerveira (antigo dono da Sanitana, vendida à espanhola Roca). Foi, aliás, a Fundação Helena e Sílvio Cerveira que construiu as casas onde actualmente vivem os moradores do ilhéu.

Pedro Martins admitiu que a visita do primeiro-ministro foi "um conforto para reconsiderar a posição" de sair do ilhéu das Rolas. "Mas para isso tínhamos de ter uma garantia de que essas denúncias de violações dos direitos humanos não voltam a acontecer", disse à Lusa.

A comitiva do Governo de São Tomé visitou as 14 famílias que moram actualmente no ilhéu. O abastecimento de água e de energia será reposto a curto prazo "com a comparticipação do Estado", que também prometeu requalificar a aldeia.

No centro da polémica estão notícias que acusavam os responsáveis do grupo Pestana de forçar os habitantes a viver noutros locais em troca de indemnizações, e de cortar o acesso à água e à electricidade. A maior empresa hoteleira portuguesa refutou as acusações e esclareceu que não há qualquer conflito com os moradores.
...
Publicado em Público

1 comentário(s):

  1. Zé de Lírios disse...

    "Mas para isso tínhamos de ter uma garantia de que essas denúncias de violações dos direitos humanos não voltam a acontecer".
    A coisa assim dita até dá a impressão que a "denúncia" é, realmente, a revelação de um facto ocorrido, sendo isso que preocupa a direcção do resort.
    Seria melhor dito,assim:
    "....//....que esssas calúnias de violações...//...."
    A questão é saber se serão mesmo calúnias!