A mobilidade como factor estratégico

9/09/2009 08:09:00 da tarde Publicado por Jolly Jumper

A cidade de Anadia apresenta um forte potencial para se afirmar como motor de desenvolvimento nas diferentes vertentes estratégicas, assumindo já hoje, uma responsabilidade crescente na promoção de Região Centro, não só por estar integrada no 3.º distrito do pais, mas também pela sua capacidade de inovar e de lançar projectos pioneiros que permitem uma afirmação nacional e internacional, como acontece por exemplo, com a criação/dinamização da Rota da Bairrada.
...
Anadia desenvolve-se como uma cidade polarizadora, na base de um desenvolvimento estratégico, apostada no desporto (tirando partido, agora mais que nunca, do Velódromo Nacional), na gastronomia e claro, no vinho e na vinha.
...
A afirmação de uma cidade enquanto pólo de desenvolvimento económico faz-se principalmente, combinando dois factores de referencial de localização que se influenciam mutuamente: as pessoas e investimento.
...
Se, por um lado, se a existência de capital humano de qualidade, - pessoas com formação adequada, em áreas estratégicas da actividade económica e com espírito empreendedor, são um factor de atracção de investimento, por outro, o investimento (publico) em mobilidade, é um factor de atracção desse mesmo capital humano, objectivando maior propensão para viver em áreas que lhes permitam desenvolver uma actividade profissional compatível com a sua formação.
...
Mobilidade, acessibilidade e transportes são, igualmente, dos principais vectores estratégicos de uma área urbana, afectando modo transversal, diversas dimensões da sua competitividade: empreendedorismo, atracção de investimento e capital humano.
...
Para Anadia se afirmar como a cidade polarizadora, é essencial melhorar os seus acessos (e a dois níveis): os fluxos desenvolvidos dentro da área urbana e o conjunto de cidade (freguesias inclusive); e os fluxos cidade/municípios vizinhos, através de sinergias de transportes (caminhos de ferro e rede de expressos, por exemplo).
...
Excerto de texto publicado em Competitividade e Inovação das Cidades

15 comentário(s):

  1. Sérgio Bandeira disse...

    Para Anadia (...) é essencial melhorar (...) os fluxos cidade/municípios vizinhos.

    Óbvio. Já que não há emprego em Anadia, isto é essencial.

  2. António disse...

    Magnífica "lapalissada"...

    As sinergias polarizadas e os vectores estratégicos infuenciam o capital humano, atraindo motores de desenvolvimento!
    Perceberam?
    Estão conscientes da linearidade simplicista da coisa?

    PS - Esqueci-me do capital humano...perdoem-me :S

  3. Hakeem disse...

    Não sei se este texto é uma opinião, estudo, ou qualquer coisa intermédia, mas acho uma análise superficial e até inconsistente ao tema da mobilidade em Anadia (cidade e concelho), como é o caso de se querer ter pessoas qualificadas a viver ou trabalhar nesta terra apostando em transportes públicos, precisamente o meio que essa "classe" da sociedade priveligia: o carro próprio. Para esse "target" social funcionaria melhor a criação de um desvio à EN1 desde Avelâs de Caminho até à Mealhada com ligação DIRECTA à A1, servindo Sangalhos, Curia e Anadia (os 3 principais pólos do concelho).
    Como esta incoerencia há outras neste texto.

    No entanto é evidente a falta de transportes públicos no concelho. É um bom tema de debate. Tenho dúvidas que um sistema baseado em autocarros sejam economicamente viável... Mas valia a pena fazer um estudo técnico sério sobre o assunto!

    Outra hipótese para melhorar as acessibilidades do concelho era a criação de uma rede de ciclovias. Outra possibiliade que tambem mereceria um estudo, e que acho teria boas perspectivas devido à orografia da parte poente do concelho.

  4. Hakeem disse...

    Quando escrevi:

    "precisamente o meio que essa "classe" da sociedade priveligia: o carro próprio."

    queria dizer:

    "QUANDO o meio que essa "classe" da sociedade priveligia É o carro próprio."

    as minhas desculpas ao restantes bloggers pelo meu mau português...

    Cumps

  5. Artur Salvador disse...

    Obviamente que agradeço os comentários que me são dirigidos, e relevo o seu espírito critico.
    Tem me penalizo por ter um lugarzinho restito para escrever o texto, que depois de terminado, tenho de o rapar até ficar com menos de 3000 caracteres (linguagem de jornal).

    Sobre a mobilidade como factor estratégico, pois é um texto incongruente, que só tem como objectivo gerar discussão sobre o tema. E aqui já foi conseguida e teve um início.

    A análise superficial, é propositada... na medida em que deixa em aberto muitas ideias, mesmo que sejam estúpidas e inconsistentes. A credibilidade do tema está, num estudo que suportou a minha tese de mestrado sobre competitividade de cidades… mas isso que interessa??? Nada obviamente.

    Se o transporte é público ou privado, ou misto, também tenho duvidas. Mas acho que devemos pensar nisto, e em medidas alternativas de transporte, até porque o transporte privado, tem o petróleo por trás, e como todos sabemos é um recurso limitado.

    As pessoas chegam por comboio à Mogofores ou ao Paraimo (duas estações do concelho), e como se deslocam para qualquer parte, seja para trabalho, seja para lazer? Taxi, a pé, à boleia...
    Aqui no concelho ao lado, em Oliveira do Bairro temos os TOB (Transportes de Oliveira do Bairro).

    O privilégio do carro próprio só se realiza na incapacidade de implementação dos transportes públicos, privados ou mistos, embora se continuem a promover investimentos nestes. Eu se tiver um transporte alternativo, obviamente que deixo o meu carro em casa.
    Podemos pensar num Metro de Superfície que ligue Anadia, Oliveira do Bairro e Mealhada, ou não? Creio que tem fundamento.
    A ideia dos corredores para circulação de veículos de duas rodas, acho simplesmente fantástico, aliás somos um concelho de veículos das duas rodas; vamos inaugurar amanhã um ícone nacional de velocidade e alto rendimento, logo, podemos mesmo potenciar o culto da bicicleta: da saúde, da trabalho e gera riqueza.

    E por aqui me fico, mesmo sendo superficial e inconsistente, não quis deixar para a oportunidade da referência.
    Um concelho como o de Anadia, que é detentor de um património aquífero, verde, natural, gastronómico e industrial, não pode me meu entender, ficar sempre uma palavrinha sobre estas matérias.

    - Sinergias polarizadas... pólos ou áreas de desenvolvimento + sinergias, agir em conjunto.

    - Vectores estratégicos..., Anadia como cidade, quer crescer em que sentido: a pensar nas pessoas, em dinâmicas industriais, culturais

    - ...influenciam o capital humano: obviamente, que um concelho ao preocupar-se com estas matérias, promove um atractivo para que as pessoas queiram aqui fixar-se para trabalhar, educar os seus filhos, para prazer, etc. etc...

    - Atraindo motores de desenvolvimento! Pois claro, tudo junto, novas empresas, novos processos de negócio, alguns conceitos inovadores... é disto que eu falo quando, superficialmente escrevi estas linhas; é assim em meu entender que se faz uma cidade competitiva!
    Cumprimento a todos! Tudo por Anadia.

  6. Zé de Lírios disse...

    De facto há neste artigo de opinião, algumas frases rebuscadas, melhor dizendo:doutorais difíceis de esmultiplicar, alguns "lugares comuns" e, para além disso, para mim, que sou um leigo,algumas inconsistências de raciocinio.
    Dar como exemplo de projecto pioneiro a Rota da Bairrada é um disparate.Existem, existiam, antes desta, dezenas de outras com idêntica finalidade.
    Por outro lado afirma que cito:"Anadia desenvolve-se como uma cidade polarizadora" e aponta as razões que desenvolvem, Anadia como cidade polarizadora.Mas, no último parágrafo diz que, afinal para Anadia se "afirmar" como a tal cidade polarizadora é " essencial",quereria dizer: indispensável, prencher lacunas que muito bem identifica.
    Mais. Não é só a cidade que interessa polarizar.Isso é um erro também comum ao actual executivo, porque, exceptuando o Velódromo que é um caso excepcional, fortemente apadrinhado pelo governo, os milhões tem sido todos gastos na cidade, deixando á míngua as freguesias. É,pois, o concelho que precisa ser polarizado e isso tem que ser dito.
    Para terminar tenho que lhe dizer que acho o seu texto um exercício louvaminhas.

  7. Sérgio Bandeira disse...

    "louvaminhas"

    Para quem, como eu, desconhecia a palavra: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=louvaminha

  8. Artur Salvador disse...

    Caro Zé dos Lírios,
    Mesmo com esses defeitos todos, preferi deixar a minha opinião, e antes das vindimas louvaminha-te cesto; conhece o ditado de certo.
    A consistência de raciocínio paga-se, a liberdade de expressão não. O meu objectivo é escrever rápido, sem erros e transmitir uma ideia clara. Pelo exposto ainda estou longe, mas vou aperfeiçoando sempre que posso.
    Quando falo em cidade de Anadia, não me refiro ao centro da cidade, à malha urbana, mas sim, a um conceito mais alargado, o de "cidade região": a cidade vale pelas relações que estabelece com a periferia (freguesias) e com os municípios vizinhos.
    Certamente que já ouviu dizer que as cidades são cada vez menos isoladas e cada vez mais dependentes umas das outras.
    A Rota da Bairrada é um conceito inovador? Para mim é; claro que existiram dezenas e irão existir outras dezenas pela frente. O conceito inovador deste conceito, que na génese não difere desses que fala, é a característica que o faz estar activo há mais de um ano, e amanhã vai “dar cartas” em Aveiro (lá está, relação com municípios vizinhos).
    A “cidade polarizadora”, e desenvolve-se como tal, mas como há quem por vezes não a veja como tal, e neste contexto "deve afirmar-se"; é caso para dizer que Anadia é uma cidade polarizadora, mas há quem não saiba.
    Portanto, o louvaminho é um defeito meu; utilizo-o para obter pelo menos o mínimo. Mas não deixo de apreciar o seu estilo crítico construtivo; significa que as linhas inconsistentes podem dar muito pano para mangas…

  9. zaratustra disse...

    Sérgio, os sinónimos do seu exemplo pecam por defeito e são redutores quanto ao significado da palavra.Para além daqueles há, por exemplo, mais estes:"adular, "bajular", dependendo do contexto em que se insere a palavra.
    De qq modo fico contente por vê-lo contribuir para melhor conhecimento da Língua portuguesa.

  10. António disse...

    Não estou de forma alguma contra o esposto pelo Artur Salvador, ao contrário, entendo e apoio.
    Julgo no entanto que os problemas estão muito a montante. Há que criar bases para que assentem, sem que escorreguem ou caiam, os motores de desenvolvimento.
    O problema está então, no meu entender, na falta de capacidade, rasgo, conhecimento e competência necessária para fundar essas bases, por parte das entidades competentes.
    Há que planear, preparar, fomentar e criar as bases que angariam os investimentos para que os vectores de desenvolvimento se fixem, expandam e polarizem o concelho.

    Quando assistimos frequentemente à pavimentação betuminosa de ruas, que passado alguns poucos meses são esventradas para colocação de infraestruturas, sentimos que quem ordena e comanda os destinos deste concelho (e de outros) não tem nem admite qualquer planeamento nem estratégia! Aplica-se sim a famosa "Engenharia de olhómetro" associada à disposição matinal diária.


    Isto não impede que se criem a curto prazo os corredores de duas rodas! Estou em perfeita sintonia consigo. Mas antes disso quero que liguem o saneamento da minha casa...e de outros que estão na minha situação. É verdade! As Freguesias estão completamente abandonadas :(

    Aprendi também o significado óbvio da palavra composta louvaminhas. Poder-se-á também, julgo eu, compor a palavra louvameu, louvamesta...isto...este...etc :P

  11. Anónimo disse...

    ja te disse para cortares o cabelo e pentea-lo!
    volto a perguntar desde quando é que es escriturário?

  12. Sérgio Bandeira disse...

    Qu'é que se passa com este gajo das 16:33?

    Antes de estabelecer relações com as cidades vizinhas, devíamos era estabelecer relações uns com uns outros.
    E não, não estou a falar de copular, mas de união, organização, entrusamento, aprendizagem, planeamento e poupança intramunicipal.

  13. António disse...

    Só pode estar com azia!
    Os anónimos são uns castiços...

  14. Zé de Lírios disse...

    Onde é que já vi escrito a frase "estão com azia"? Se não me falha a memória foi escrita, há uns meses, no RB e dita, penso, pelo sogro de José M. Ribeiro, referindo-se aos apoiantes de Litério.
    Terá o António (que pelos vistos não é anónimo, )andado na mesma escola do porqueiro Ildefonso?

  15. Hakeem disse...

    Sr. Artur Salvador, eu classifiquei o seu texto de superficial e incoerente mas não pretendi com isso fazer um julgamento sumário do seu carácter. A crítica aplica-se ao texto e mantenho-a, aceitando que é difícil exprimir bem as ideias com a limitação de caracteres aos artigos em blogues. A oportunidade foi fraca...
    Também me parece que no artigo está um elogio bastante exagerado ao desempenho do município. (Aquela palavra que já toda a gente sabe...)

    Gostei da ideia da intermodalidade de transportes, tema que só deve ser conhecido aqui em Anadia pelos taxistas, embora estes o apelidem de "negócio". Uma rede de autocarros podia ser benéfica para alguns habitantes do concelho. Existindo horários em sintonia com comboios e actividades com horários bem definidos, podem acontecer milagres e existirem linhas rentáveis! Eu acredito nisso!

    Não acredito é que desapareça a prevalência do transporte privado, e não acho que se deva lutar contra as pessoas, mas sim trabalhar o que existe. Se existir um serviço de transportes públicos pontual, barato e cómodo podem-se "retirar" muitos carros das estradas, mas nunca se vai conseguir retirar todos. E reforço que o carro é um símbolo de estatuto na nossa sociedade.

    Prefiro pensar em chegar em menos de meia hora às duas grandes cidades mais próximas (Aveiro e Coimbra) do que no metro de superfície da Bairrada. “Sinto” que seria mais rentável em todos os aspectos.

    Para o tema da mobilidade ficar um pouco mais completo é preciso pensar ainda nos peões e nas pessoas com "deficiência" motora. Aprender a fazer passeios com largura mínima um pouco menos mínima era um bom passo nesse sentido. Deixar de plantar árvores no meio do passeio era outro...

    Tudo isto são ideias muito lindas, mas falta o elemento onde todas estas opções podem e devem estar explícitas: PDM actualizado. Talvez até preferisse que as próximas fases de expansão urbana já estivessem previstas. Ordenamento de território definido a longo prazo, com debate público o mais intenso possível, e que contemple a possibilidade de Anadia não crescer (como foram os últimos 30 anos), regredir ou expandir-se. E aí então se saberá quais as prioridades do município, apesar de eu temer que possam ser poucas além do "negócio".

    Para finalizar, a expressão "capital humano" continua a fazer-me cócegas na ponta do nariz...

    Cumps

    PS: Já agora, recomendo kompensan para a azia. O rennie era para a geração antiga...