Os cães das nossas ruas
1/18/2010 04:14:00 da tarde Publicado por Hp
Como o JP, mesmo de longe gosto de acompanhar a nossa terra!
E cá estou também para me juntar à causa que tão bem se podia chamar: "Vamos dar um lar aos cães das nossas ruas"
Penso que seremos todos sensiveis à causa dos animais abandonados. (Quero pensar que sim!)
Penso também, que aqueles que se sensibilizam ao ver um cão mal tratado a deambular nas ruas da nossa terra, terá toda a legitimidade de se sentir pequenino perante esta situação.
A minha rua é palco de cães abandonados.
Tivemos a Pepita e o seu "cãopanheiro" Zé, que durante muito tempo foram acarinhados e tratados por todos nós. Tiveram filhotes que foram distribuidos a pessoas que ainda hoje os têm... Um dia a Pepita e o Zé resolveram "abalar".
Não disseram nada, mas sabemos que nos ficaram agradecidos pela amizade. E nós também.
Hoje em dia a história repete-se com mais alguns amiguinhos que lá andam a passear. Recebem comida e repelente para as pulgas.
Isto passa-se na minha rua. Mas até quando? E nas outras? Como será?!
Tenho 3 cães... Sempre tive cães. Custa-me esta situação.
Custa-me também saber que no dia 26 de Junho de 2009 foi uma vez mais apresentado este assunto numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal a qual podem ler aqui.
CÃO
Cão passageiro, cão estrito,
cão rasteiro cor de luva amarela,
apara-lápis, fraldiqueiro,
cão liquefeito, cão estafado,
cão de gravata pendente,
cão de orelhas engomadas,
de remexido rabo ausente,
cão ululante, cão coruscante,
cão magro, tétrico, maldito,
a desfazer-se num ganido,
a refazer-se num latido,
cão disparado: cão aqui,
cão além, e sempre cão.
Cão marrado, preso a um fio de cheiro,
cão a esburgar o osso
essencial do dia a dia,
cão estouvado de alegria,
cão formal da poesia,
cão-soneto de ão-ão bem martelado,
cão moído de pancada
e condoído do dono,
cão: esfera do sono,
cão de pura invenção, cão pré-fabricado,
cão-espelho, cão-cinzeiro, cão-botija,
cão de olhos que afligem,
cão-problema...
Sai depressa, ó cão, deste poema!
Alexandre O'Neill
Poesias Completas. 1951-1986
Lisboa, INCM, 1990 (3ª ed.)
18 de janeiro de 2010 às 17:49
e que tal fazer-mos um baixo assinado para se construir uma vez por todas o canil? até se punha uma adega ao pé para o litério ir lá pode ser que fique mais feliz