Vinho Santo regressa ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
9/27/2011 12:28:00 da manhã Publicado por Jolly Jumper
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, acolhe este fim-de-semana as Jornadas Europeias do Património e do programa faz parte o lançamento do Vinho Santo, um néctar produzido pela Quinta dos Abibes e com origem medieval.
O Vinho Santo tem o seu nome ligado ao da Rainha Santa Isabel, mulher do rei D. Dinis, e regressa agora pela mão do produtor-engarrafador Batel Marques, um professor catedrático da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra que em 2007 lançou o vinho Quinta dos Abibes e desde então já obteve vários prémios.
Batel Marques contou hoje à Agência Lusa que aquele mosteiro, onde viveu a Rainha Santa, “tinha o padroado das terras de Anadia e de Sangalhos e os agricultores que as trabalhavam pagavam-nas com um vinho que lá iam entregar”. “Era um vinho obtido à bica do lagar” e utilizado para dar às “grávidas, aos desvalidos e aos doentes”, conta Batel Marques.
Quando a Rainha Santa morreu, em 1336, “o vinho ficou conhecido entre o povo como vinho santo”. Essa história vem no rótulo deste novo Vinho Santo, que é um “facsímile de um documento coevo em que se fala” desse néctar que agora ressurge.
Batel Marques afirma que “o vinho santo foi produzido até ao século XIX”, período da nossa história em que são extintas as ordens religiosas e o mosteiro ficou submerso pelas águas do Mondego”.
O convento, situado na margem esquerda daquele rio, reabriu há dois anos e os seus responsáveis “decidiram reatar um conjunto de tradições” ligadas ao seu passado secular. “A ideia é dar-lhe hoje a vida que ele já teve”, restaurando “parte do seu património” essencial, frisa este produtor-engarrafador da Bairrada.
Foi por isso decidido reiniciar a produção das “clarissas”, um doce conventual, e do vinho santo, este fruto de uma parceria com a Quinta dos Abibes, de Anadia, onde Batel Marques trabalha com o enólogo Osvaldo Amado. A marca Vinho Santo está, porém, registada pelo Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, um edifício tutelado pela Secretaria de Estado da Cultura, e vinho só ali, na sua loja, poderá ser comprado, estando o seu preço fixado em “20 euros”.
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