Marques Mendes na Curia falou sobre falta de qualidade da Democracia

4/19/2010 09:18:00 da tarde Publicado por Ana Jesus Ribeiro

A convite da Comissão Política de Secção do PSD de Anadia, Marques Mendes marcou presença em mais uma conferência/debate que esta Comissão tem levado a cabo este ano. Depois de Paulo Rangel e de Miguel Frasquilho, chegou a vez de mais um grande intérprete do Partido Social Democrata.

O tema escolhido era bastante atractivo e a prova foi uma sala repleta para conhecer se “Estará a Democracia em Risco?”.

A mesa da presidência foi constituída por Marques Mendes; José Manuel Ribeiro – Presidente do PSD de Anadia e pelo Presidente da JSD de Anadia – Henrique Fidalgo.

A sessão abriu com José Manuel Ribeiro a fazer uma referência ao percurso do antigo Presidente do PSD, que apesar de afastado das lides políticas, continua a ser uma referência para toda a família social-democrata.

Marques Mendes começou por enaltecer o convite feito pelo PSD de Anadia, salientando na pessoa de José Manuel Ribeiro um “excelente deputado na Assembleia da República” tendo presenciado o seu trabalho “de forma testemunhal”, referindo a sua “colaboração e lealdade ao Distrito de Aveiro”.

Na sua intervenção Marques Mendes referiu que a democracia não está em risco, mas começa a perder a sua grandeza e qualidade, destacando que “os portugueses andam infelizes com a democracia que têm”.

Foram apresentados cinco pecados capitais que têm afectado a democracia em Portugal: a falta de ética, a perca de competitividade da economia, a educação, a justiça e o sistema eleitoral e político.

Segundo Marques Mendes, quem está na política “só pode estar de uma forma: com rectidão e princípios éticos”, dando como mau exemplo os autarcas que mesmo com processos em tribunal e com acusação proferida puderam ir a eleições, bem como os gestores públicos que estão ao serviço de estratégias partidárias. “A situação agrava-se a cada dia que passa”.

Mencionou que “os valores dos salários e prémios dos gestores públicos são um escândalo e uma imoralidade”. O caso da EDP foi referido estabelecendo-se um termo de comparação com os presidentes espanhol e francês das redes eléctricas nacionais, que ganham menos metade que o presidente desta empresa.

Marques Mendes citou Sá Carneiro lembrando que “a vida política sem ética é uma vergonha” e acrescentando que também “é uma afronta à cidadania”.

A perca de competitividade foi justificada por 10 anos de empobrecimento, desemprego e desigualdades sociais. “As exportações estão em declínio e o Estado consome metade da riqueza nacional”. Marques Mendes referiu que a RTP podia ser privatizada, estando o “País em lutas de paróquia”.

Na educação, lembrou que há uma enorme diferença entre o que se gasta e os resultados obtidos. Neste sector apontou como principais erros: “a falta de autoridade e exigência, a centralização do sistema de ensino e a ausência de liberdade de escolha”.

Na justiça existe uma” crise de eficácia”, que já dura há muitos anos, mas agora “temos uma crise de equidade social e uma crise de credibilidade”. O exemplo dado foi o do caso da Casa Pia, que já dura há 6 anos devido ao facto de ter envolvidas figuras mediáticas, em paralelo com um caso semelhante que ocorreu nos Açores, e que por não ter figuras conhecidas, foi resolvido em 6 meses. Segundo Marques Mendes o conceito de competitividade “deve chegar à justiça”.

O último pecado capital que afecta a democracia é o sistema eleitoral. Os cidadãos portugueses votam para eleger 230 deputados e “ninguém faz ideia quem são essas 230 pessoas”. Existe uma falta de credibilidade na Assembleia da República, começando nas listas de deputados que são constituídas “a eito, sem critérios de qualidade e de exigência”.

Para o ex-líder do PSD há “uma tremenda falta de bons exemplos em Portugal, especialmente vindos de cima”. “Quem prevarica na vida política tem que ser sancionado e chamado a responder”.

Em jeito de conclusão, Marques Mendes salientou que apesar de tudo isto, e de uma “democracia com menos qualidade a cada dia que passa, Portugal tem solução. Os portugueses merecem que Portugal tenha solução”.

A sessão terminou com um animado debate, onde a plateia, aberta aos militantes do PSD mas também a todos os cidadãos, colocou diversas questões a Marques Mendes, que a todos respondeu.

[Informação à Imprensa do Gabinete de Relações Públicas e Comunicação Social da CPS do PSD de Anadia]
[Imagem da Autoria de Ana Jesus Ribeiro]

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