TRAÇADO DO TGV: “MÁS NOTÍCIAS PARA ANADIA"
4/08/2009 07:40:00 da tarde Publicado por Carla Teixeira
José Manuel Ribeiro – deputado, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, líder da Assembleia Municipal de Anadia e putativo candidato à Câmara nas eleições autárquicas deste ano – entregou na Mesa da Assembleia da República dois requerimentos em que questiona o Governo, por intermédio dos ministros das Ordens Públicas, dos Transportes e das Comunicações, Mário Lino, e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva. Num dos documentos, a que o ANADIA SEM GENTE teve acesso, o parlamentar social-democrata refere que a Resolução do Conselho de Ministros nº. 12/2009, datada de 8 de Janeiro e assinada pelo primeiro-ministro, é “portadora de más notícias para o Município de Anadia”.
Segundo José Manuel Ribeiro, as medidas preventivas que o Governo faz aprovar naquela resolução, “destinadas a evitar a alteração das circunstâncias e condições existentes nas zonas identificadas que tornem a execução do empreendimento público para a ligação ferroviária de alta velocidade do eixo Lisboa/Porto mais difícil ou onerosa”, estabelecem que “o empreendimento público projectado (…) deve desde já ser tido em consideração na elaboração, alteração ou revisão de todos os instrumentos de gestão territorial”, como seja, por exemplo, o Plano Director Municipal. No requerimento, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD conclui assim que o PDM de Anadia, “que leva cerca de uma década a ser revisto, poderá sofrer mais um percalço, prejudicando ainda mais o Município”. A preocupação aumenta, segundo o requerente, quando, “compulsando o n.º 1 do artigo 1.º (parecer prévio) do Anexo II, relativo às medidas preventivas, se constata o impacto deste diploma no dia-a-dia da vida das populações de Anadia”.
“Escandalizado”…
Nas áreas abrangidas pelas presentes medidas, continua o deputado, “ficam sujeitas a parecer prévio vinculativo da Rede Ferroviária Nacional (REFER) a criação de novos núcleos populacionais, incluindo operações de loteamento, a construção, a reconstrução ou a ampliação de edifícios ou instalações, a instalação de explorações ou ampliação das já existentes, as alterações importantes (por meio de aterros ou escavações) à configuração geral do terreno, o derrube de árvores em maciço, com qualquer área, e a destruição do solo vivo e do coberto vegetal”. Para José Manuel Ribeiro, é claro que o Governo, “à conta do TGV, aprova um colete-de-forças que vem criar ainda mais restrições e limitações ao Município de Anadia, com prejuízo para o seu desenvolvimento e progresso”. As plantas anexas à resolução suscitam também o repúdio do deputado, que se diz “escandalizado” por perceber, na análise das mesmas, que “o TGV passa à tangente junto de várias localidades”.
O documento diz que “as localidades que poderão ser bastantes prejudicadas são Tamengos, Curia, Horta, Ribafornos, Óis do Bairro, São Lourenço do Bairro e Ancas”, mas garante que há outras. “Uma situação que, a verificar-se, retirará qualidade de vida aos munícipes de Anadia”, e em especial aos daqueles lugares, já que se preconiza a criação de um “rasgo inaceitável, uma barreira anti-natural” que terá como consequência a destruição de “várias dezenas de hectares de vinhedo, aniquilando aquela que é porventura a principal riqueza da região”. Tal como está concebido, o projecto “destrói vinhas, arruína uma beleza natural sem paralelo, e intromete-se devastadoramente em projectos de assinalável sucesso na região e no país. Esta situação é inaceitável e incompreensível”, sublinha José Manuel Ribeiro, concretizando que, “no caso concreto de Anadia, o TGV é um atentado” que merece “profundo repúdio”, porque não traz qualquer benefício às pessoas e às empresas locais.
O requerente pergunta aos ministros se são conhecedores dos “enormes prejuízos” que o traçado proposto implica para o Município de Anadia, e se a autarquia local foi ouvida neste processo. Insta-os ainda a elencar “algumas contrapartidas para os cidadãos e empresas” afectados por esta decisão governamental.
Texto: Carla Teixeira
Imagem: Ana Jesus Ribeiro
Segundo José Manuel Ribeiro, as medidas preventivas que o Governo faz aprovar naquela resolução, “destinadas a evitar a alteração das circunstâncias e condições existentes nas zonas identificadas que tornem a execução do empreendimento público para a ligação ferroviária de alta velocidade do eixo Lisboa/Porto mais difícil ou onerosa”, estabelecem que “o empreendimento público projectado (…) deve desde já ser tido em consideração na elaboração, alteração ou revisão de todos os instrumentos de gestão territorial”, como seja, por exemplo, o Plano Director Municipal. No requerimento, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD conclui assim que o PDM de Anadia, “que leva cerca de uma década a ser revisto, poderá sofrer mais um percalço, prejudicando ainda mais o Município”. A preocupação aumenta, segundo o requerente, quando, “compulsando o n.º 1 do artigo 1.º (parecer prévio) do Anexo II, relativo às medidas preventivas, se constata o impacto deste diploma no dia-a-dia da vida das populações de Anadia”.
“Escandalizado”…
Nas áreas abrangidas pelas presentes medidas, continua o deputado, “ficam sujeitas a parecer prévio vinculativo da Rede Ferroviária Nacional (REFER) a criação de novos núcleos populacionais, incluindo operações de loteamento, a construção, a reconstrução ou a ampliação de edifícios ou instalações, a instalação de explorações ou ampliação das já existentes, as alterações importantes (por meio de aterros ou escavações) à configuração geral do terreno, o derrube de árvores em maciço, com qualquer área, e a destruição do solo vivo e do coberto vegetal”. Para José Manuel Ribeiro, é claro que o Governo, “à conta do TGV, aprova um colete-de-forças que vem criar ainda mais restrições e limitações ao Município de Anadia, com prejuízo para o seu desenvolvimento e progresso”. As plantas anexas à resolução suscitam também o repúdio do deputado, que se diz “escandalizado” por perceber, na análise das mesmas, que “o TGV passa à tangente junto de várias localidades”.
O documento diz que “as localidades que poderão ser bastantes prejudicadas são Tamengos, Curia, Horta, Ribafornos, Óis do Bairro, São Lourenço do Bairro e Ancas”, mas garante que há outras. “Uma situação que, a verificar-se, retirará qualidade de vida aos munícipes de Anadia”, e em especial aos daqueles lugares, já que se preconiza a criação de um “rasgo inaceitável, uma barreira anti-natural” que terá como consequência a destruição de “várias dezenas de hectares de vinhedo, aniquilando aquela que é porventura a principal riqueza da região”. Tal como está concebido, o projecto “destrói vinhas, arruína uma beleza natural sem paralelo, e intromete-se devastadoramente em projectos de assinalável sucesso na região e no país. Esta situação é inaceitável e incompreensível”, sublinha José Manuel Ribeiro, concretizando que, “no caso concreto de Anadia, o TGV é um atentado” que merece “profundo repúdio”, porque não traz qualquer benefício às pessoas e às empresas locais.
O requerente pergunta aos ministros se são conhecedores dos “enormes prejuízos” que o traçado proposto implica para o Município de Anadia, e se a autarquia local foi ouvida neste processo. Insta-os ainda a elencar “algumas contrapartidas para os cidadãos e empresas” afectados por esta decisão governamental.
Texto: Carla Teixeira
Imagem: Ana Jesus Ribeiro
8 de abril de 2009 às 23:56
O seguimento atento de mais um "TPC" na AR a que JMRibeiro nos habituou, e pelo concelho de Anadia. A imagem. O Fotojornalismo.
9 de abril de 2009 às 10:36
Ainda bem que o concelho tem personalidades como J M Ribeiro.
9 de abril de 2009 às 17:31
Há que ver os prós e contras do TGV! Quando fizeram melhorias na Linha do Norte há uns anos não era para ela ficar preparada para receber o TGV?!?!??!
14 de abril de 2009 às 21:01
Jolly, isso foi há uns anos... nos mesmos em que a renovação da linah do norte, permitiria ao pendular circular muito perto dos 300 km hora... e isso é conseguido do Porto a Lisboa num ou dois sitios que me recorde e por um periodo curto de tempo.
Por outro lado, se o TGV tiver uma paragem algures no concelho, que serve a norte Aveiro e arredores e a sul coimbra e arredores, creio que é uma boa alternativa para o concelho, para a região, e para o transporte alternativo de pessoas e bens. De outra maniera é mais um estado de loucura governamental; ´
é caso para dizer, mais uma vez, "o politico sonha e o povo paga".
14 de abril de 2009 às 21:25
Realmente tenho muitas dúvidas no que toca ao TGV! Não tenho uma opinião formada muito devido à falta de informação que existe.
14 de abril de 2009 às 23:46
A opinião não precisa de ser muito aprofundada, basta saber que no actual enquadramento e na versão pendular ir de Aveiro a Lisboa custa mais ou menso 50€, e as vantagens face ao anterior intercidades são uns miseros 20 minutos, uma vez que o pendular cheira igualmente mal.
Agora um TGV que custa milhões do cofres publicos, e depois coloca viagens a preço de ouro, só mesmo para turista istrangêro ou administradores de empresas publicas e/ou politicos reformados.
Até já me estou a ver a fazer a vindima na parte que resta ali em ancas, paredes e afins, e a ver passar a maquina super veloz cheia de gente que se desloca de lá para cá e de cá para lá, deixando no caminho uma brisa empoeirada consequencia da deslocação do ar com o objecto a mais de 500 km/h.
13 de dezembro de 2009 às 02:49
Quanto ao TGV, o povo parece que vai nu e ainda não deu por nada. Arranje-se a linha do norte e quanto ao resto, migalhas para os lobbys das construtoras nacionais, biliões para os estrangeiros, e endividamento para os nossos filhos e netos, já nos chega os que temos. Será que ainda há quem pense que com um novo "estádio de futebol de Aveiro", parecemos mais bem vestidos ????? Oh Zé povinho, acorda !!!!!
13 de dezembro de 2009 às 23:29
Acontece-nos cada uma...
Um anónimo a pensar alto que até escreve no blog apenas para chamar a atenção aos seus próprios botões.
Ó amigo, quando conseguir pensar sobre este assunto, pense!
Depois, ande uns tempos a ouvir os outros, informe-se e, depois, pense mais um bocadinho.
Nessa altura venha ver o que escreveu aqui e festeje o facto de não se identificar.
É uma vergonha as pessoas falarem do que não sabem, tomarem posições sem opiniões formadas e teimar em guardar o dinheiro debaixo do colchão.
Como é que esta gente aprendeu a mexer num computador??? :D